segunda-feira, 2 de abril de 2012


 História do Folclore Madeirense

Recontando as preocupações de Thoms no que dizia respeito ao registo do saber popular, Cáscia lembra que este estudioso percebeu a amplitude do Folclore a partir dos acontecimentos triviais e insignificante, mas profundos em elos, numa extensa cadeia, perdida no tempo.
Para afirmar esse universo de memórias, Antiguidades Populares ou Literatura Oral, Thoms escreveu uma carta, publicada a 22 de Agosto de 1846, no Jornal Londrino, The Atheneum, para apresentar uma palavra, de origem anglo- saxónica, Folk-Lore para designar “o saber tradicional do povo”.2
Assim, foi encontrado o termo Folk-Lore, que, aceite e divulgado em países de tradições ancestrais e, depois aportuguesado para Folclore, que progressivamente, se debruçava nos estudos relacionados com a vida, costumes e tradições do povo português, segundo os usos e costumes das várias Regiões.
“Apesar do estudo do Folclore ser relativamente recente, (...) é a cultura mais antiga da humanidade, mais velha do que a História, pois mesmo antes que a ciência histórica existisse, já os mitos, as lendas e o artesanato eram transmitidos através das gerações desde os tempos pré- históricos”.  O Folclore não se limitou apenas à sabedoria popular, ao conhecimento adquirido pela experiência, mas apoiando-se em conceitos da Etnografia e Antropologia foi melhorando as suas técnicas e métodos de pesquisa, contribuindo deste modo, para um melhor conhecimento da sociedade.
Recordamos as exortações do grande estudioso e amigo, Prof. Tomás Ribas, então, Director da Divisão de Folclore e Etnografia do Inatel Português, através da escrita e da linguagem, Conferências, Seminários e Congressos, em que tivemos o privilégio de participar. Frequentemente ouvimo-lo argumentar que, Folclore é a ciência do saber popular, fundamentada em vivências, transmitidas de geração em geração, de modo implícito, silencioso e invisível.
Actualmente, há uma ideia, mais ou menos generalizada, de que no Folclore assenta em quatro pilares fundamentais: a antiguidade, também chamada tradição, a persistência, a oralidade e o anonimato. E, que o implícito, o silencioso e o invisível, são tão importantes como as grandes manifestações de festas, romarias e outras.
Sem nos apercebermos, o Folclore acompanha a nossa existência e influencia a nossa vida de crianças, jovens, adultos ou idosos. Isto é reconhecido na nossa maneira de sentir, agir e reagir. Somos produto da família e do meio em fomos criados, sem excluir as influências exteriores que acrescentando e inovando a cultura tradicional, dão dinamismo ao Folclore.


Trajes
Tendo o Grupo surgido com o objectivo de representar a Madeira e as suas tradições, o traje artístico escolhido, foi aquele que se generalizou por todas as freguesias do Sul da Ilha nos séculos XVIII e inícios do século XIX.

Traje Feminino:
- Camisa de linho da terra; Colete ou corpete de cor vermelha debruado a liga verde, atado à frente com um cordel amarelo, bordado à frente e atrás; Saia listada, tecida de lã, fundo vermelho com riscas na vertical; Capa curta de baeta vermelha e romeira recortada em bicos e debruada a liga verde; Carapuça azul-escuro; Bota chã com debrum vermelho no cano.





Traje de Homem:
Trajo de Sereguilha - Calça comprida de sereguilha; Colete ou Jaleco do mesmo tecido; Camisa de linho da terra; Barreto de lã de ovelha (Castanho)
Traje de Vilão - Camisa de linho da terra, mangas compridas; Calções de linho; Carapuça azul; Bota chã e Faixa de linho na cintura.




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